27 julho 2009

Curiosidades

A descoberta dos corantes

Esse fascínio é evidente se pensarmos que há cerca de 40 000 anos os homens utilizavam pigmentos naturais, dispersos em gorduras animais, em pinturas rupestres um pouco por todo o mundo.

De fato, o fascínio do ser humano pela cor (e pela luz) é um arquétipo que nos acompanha desde os primórdios da História. O homem adorou o Deus sol, o Deus raio, a Deusa lua, o Deus fogo, enfim, várias fontes de luz e associou-lhes cores. Em todas as culturas, os corantes e pigmentos cumpriram funções semelhantes: na Idade da Pedra, o ocre vermelho era quase omnipresente em ritos funerários. O vermelho simbolizava o sangue em muitas culturas e relacionava-se com divindades de guerra como Marte, Febo e Ares: o vermelho era habitual nas pinturas de guerra dos soldados para que o poder dos deuses os acompanhasse.

Concomitante com a adoração de vários emissores de luz, quer a luz quer a cor, foram utilizadas pelos seres humanos de forma terapêutica. Aristóteles, Pitágoras, Paracelso, Goethe e Steiner dissertaram sobre o efeito da cor no homem e já os antigos egípcios usavam a fototerapia para tratamento de algumas afecções dermatológicas. Também a cromoterapia teve os primeiros adeptos nos sacerdotes egípcios.

Encontram-se vestígios de corantes em tecidos encontrados em múmias egípcias, tingidos com, por exemplo, indigo azul, extraído da planta homônima (Indigofera tinctoria), ou vermelho alizarina, da garança ou ruiva dos tintureiros (Rubia Tinctoria). Os egípcios utilizavam ainda pigmentos sortidos (os pigmentos distinguem-se dos corantes por não serem solúveis no meio de aplicação), que incluíam os primeiros pigmentos de síntese: branco de cromo e o azul do Egipto - preparado por calcinação de uma mistura de areia e cobre - que se tornou um importante item de exportação. Utilizavam também pigmentos naturais como o azul ultramar, proveniente do lápis-lazúli, ocres vermelho e amarelo, hematite, calcário amarelo, ouro em folha, malaquite, carvão, negro de fumo e gesso natural.

Foram igualmente os egípcios que descobriram novos aglutinantes para estes pigmentos, goma arábica, clara de ovos, gelatina e cera de abelhas, aglutinantes que seriam usados até ao século XV quando Jan van Eyck e o seu irmão Hubert revolucionaram a pintura com a introdução do óleo de linhaça - e da pintura a óleo. Será a tinta homogênea inventada por van Eyck que Gutenberg utilizará na sua prensa.

Mas não é a falta de pigmentos ou aglutinantes que nos mostra uma Europa medieval vestida de cores tristes e apagadas. Se a natureza é rica em pigmentos vibrantes, os corantes necessários para tingir tecidos restringiam-se a poucos mais que os utilizados desde a Antiguidade clássica. E muitos destes corantes eram demasiado caros para a maioria da população pelo que a escolha da cor da roupa na Idade Média assentava em considerações monetárias e não estéticas. Para além de as cores do vestuário medieval serem ditadas pela bolso - e estatuto social - dos utilizadores, estas desbotavam rapidamente embora se utilizassem mordentes para fixar os corantes, como o alúmen já utilizado pelos egípcios.

Apenas em pleno século XIX a química coloriu o quotidiano dando vida à vida, cor às cores, para mostrar a alegria do existir e a razão do viver. Em 1856 William Perkin sintetiza a mauveína e com os seus verdes 18 anos percebe as potencialidades da descoberta dedicando-se por uns anos à produção deste - e outros- corantes sintéticos. O sucesso da mauveína assinalou o nascimento da moderna indústria de corantes sintéticos, que se desenvolveu principalmente na Alemanha do virar do século.
Europa Feudal



A partir do século III, o Império Romano enfrentou diversas crises internas e invasões de povos germânicos. O Império Romano conheceu um longo processo de desestruturação e um dos principais fatores desta foi a grande extensão das suas fronteiras.. Em 395, para tentar solucionar os problemas, o imperador Teodósio dividiu o Império em duas partes: uma no Ocidente, com capital em Roma, e outra no Oriente, sediada em Constantinopla.

Separados, os dois impérios conheceriam destinos diferentes. O poderoso Império Romano do Ocidente não resistiria às pressões em suas fronteiras e ruiria, dando lugar a diversos reinos que, baseados em tradições germânicas e romanas, inaugurariam um novo tipo de sociedade: a sociedade feudal.

O Império Romano conheceu um longo processo de desestruturação e um dos principais fatores desta foi a grande extensão das suas fronteiras.

O golpe definitivo ocorreu em 476, quando Odoacro, chefe dos hérulos, destronou o imperador de Roma, pondo fim ao Império Romano do Ocidente. Esse acontecimento assinala a passagem entre Antiguidade e a Idade Média na Europa ocidental.

O Império Romano do Oriente, alternando momentos de apogeu e graves crises, ainda sobreviveria por quase mil anos.

Como surgiram os feudos???

Ao longo de todo processo de desagregação do Império Romano do Ocidente, que durou cerca de duzentos anos, as cidades se despovoaram, enquanto o comércio e a produção artesanal entraram em declínio. Sem dinheiro para manter as fronteiras, o imperador não conseguia garantir a integridade do território. Para se proteger, a população abandonava as cidades, principais alvos dos povos invasores.

Ao mesmo tempo, com o fim das guerras de expansão do Império, a mão-de-obra escrava, base da economia romana, praticamente desapareceu. Com isso, as grandes propriedades rurais escravistas – os latifúndios – perderam importância.

No lugar dos latifúndios, começaram a surgir as vilas, grandes propriedades rurais que tinham por objetivo a auto-suficiência, tendo em vista que o fluxo comercial diminuiu com as invasões. Nas vilas, a mão-de-obra principal passou a ser dos colonos, trabalhadores que entregavam parte do que produziam ao senhor, em troca da permissão de uso da terra do senhor. Com o passar do tempo, os pequenos agricultores também entregariam suas terras aos grandes proprietários em troca de proteção.

Essas vilas e as relações nelas estabelecidas contribuíram para a formação dos feudos, unidade básica de todo o sistema feudal dando lugar a um poder descentralizado.

A Igreja

A Igreja Católica representou papel fundamental na formação e consolidação do feudalismo. Era a maior e a mais poderosa instituição do período. Sua influencia alastrou-se aos poucos entre os povos romanos e germânicos, transformando-a no principal elo de toda a população e garantindo certa uniformidade cultural à Europa ocidental.

No século IX, não existia na Europa ocidental quem não acreditasse em Deus. Controlando a fé, a Igreja normatizava os costumes, a produção cultural, o comportamento e, sobretudo, a ordem social. Aqueles que se desviavam de suas normas eram rigorosamente punidos. Sua influencia também se fazia sentir na política, ao sagrar reis legitimar o poder dos senhores feudais.

A Igreja se transformaria também na maior proprietária de terras da Europa ocidental, em um período em que a terra era a principal fonte de poder e de riqueza.
A nova organização social que despontava na Europa com a desagregação do Império Romano – o feudalismo – só assumiu sua forma mais acabada por volta dos séculos VIII e IX.
Os membros mais elevados de sua hierarquia, bispos e abades, eram recrutados entre os nobres. Naquela época, tinha-se o costume de fazer com que o segundo filho de uma família nobre seguisse a carreira eclesiástica - o primeiro filho herdava o feudo, segundo o direito de primogenitura. Os monges viviam em mosteiros e eram responsáveis pela proteção espiritual da sociedade. Passavam grande parte do tempo rezando e copiando livros e a Bíblia.

Até mesmo o tempo era regulado pela religião cristã - as pessoas marcavam o ritmo de suas vidas pelo toque do sino das igrejas. Completamente voltadas para as práticas religiosas, acreditavam que a vida na Terra era apenas um momento antes da eternidade, que seria vivida ao lado de Deus.
Em meio a uma sociedade constituída de pessoas iletradas, mantinha o controle absoluto do saber e detendo informações e conhecimento importantes, garantia que seu domínio se estendesse ao longo de séculos de maneira quase inabalável.

A Sociedade feudal

A sociedade feudal é dividida em três grandes ordens.
O Clero – Cuidavam da fé cristã;
A Nobreza – Responsável pela guerra e segurança;
Os Servos – Trabalhavam para sustentar toda a população.

A mobilidade social praticamente não existia. Rígidas tradições e vínculos jurídicos determinavam a posição social de cada indivíduo desde o nascimento.

Na sociedade feudal, a honra e a palavra tinham importância fundamental. Desse modo, os senhores feudais ligavam-se entre si por meio de um complexo sistema de obrigações e tradições.

A fim de obter proteção, os senhores feudais geralmente procuravam por outro senhor mais poderoso, jurando-lhe fidelidade e obediência. Chamava-se vassalo, o senhor feudal que pedia proteção a outro. Essa aliança deveria ser consolidada pelo senhor mais poderoso, o suserano, por meio da concessão de um feudo, que podia ser constituído de terras ou de bens ou de ambos.

Nesse sistema, o vassalo devia várias obrigações ao seu suserano, como o serviço militar, por exemplo. Por essa razão, quanto maior o número de vassalos, maior o prestígio e o poder de um suserano. O compromisso estabelecido nesse sistema tinha caráter sagrado e constituía falta grave sua violação.

Por volta do ano 1000, a maioria das pessoas na Europa ocidental vivia em feudos. Nesse período, a terra converteu-se no bem mais importante, por ser a principal fonte de sobrevivência e de poder.

As terras do feudo distribuíam-se da seguinte forma:

Manso senhorial – Representava cerca de um terço da área total e nela os servos e vilões trabalhavam alguns dias por semana.. toda produção obtida nessa parte da propriedade pertencia ao senhor feudal.

Manso servil – Área destinada ao usufruto dos servos. Parte do que era produzido ali era entregue como pagamento ao senhor feudal.

Terras comunais – Era a parte do feudo usada em comum pelos servos e pelos senhores. Destinava-se à pastagem do gado, à extração de madeira e à caça, direito exclusivo dos senhores.

O Clero

Desde o final da Antiguidade, a hierarquia do clero era constituída pelo papa e pelos cardeais, arcebispos, bispos e padres. Eles formavam o clero secular (do latim saeculum, mundo), expressão que designava os sacerdotes que desenvolviam atividades voltadas para o público.

Paralelamente, desenvolveu-se o clero regular, formado pelos religosos que viviam em mosteiros (monges e abades), em regime de reclusão ou semi-reclusão.

O hábito de viver em mosteiros - chamado monasticismo - foi introduzido no Oriente no século VI, quando São Bento fundou o mosteiro do Monte Cassino, na penísula Itálica, dando origem à ordem (ou irmandade) dos beneditinos. A regra criada por São Bento para disciplinar a vida de seus monges, aprovada pelo Papa, serviu de modelo para outras ordens surgidas posteriormente, como a dos franciscanos, a dos dominicanos, etc. O modelo dos mosteiros masculinos, dirigidos por um abade, foi logo instituído para as mulheres.

Os mosteiros ou monastérios desempenharam um importante papel na Europa medieval, cristianizando povos, cultivando terras, organizando e mantendo escolas e bibliotecas.


Os Servos

Diferentemente dos escravos, os servos estavam presos à terra e dali não podiam sair. Mesmo que um feudo mudasse de senhor, não poderiam ser expulsos dele, passando a prestar obrigações ao novo senhor.

Além dos servos, havia os vilões, pequenos proprietários que, por algum motivo, tinham entregado suas terras a um senhor. Embora livres, deviam várias obrigações ao dono do feudo.

Os escravos, em número reduzido e mantidos apenas em algumas regiões próximas ao Mediterrâneo, trabalhavam em atividades domésticas.

Havia diferenças, de fato, entre o servo e o escravo. O servo tinha o direito à sua vida, garantia que o escravo não conhecia, pois podia até ser morto pelo amo. Além disso, ainda que entregasse grande parte da colheita ao senhor, o servo produzia sua própria economia. Entretanto, a condição de exploração de ambos era semelhante. Os servos ficavam à mercê de circunstâncias quase tão cruéis quanto as enfrentadas pelos escravos.
Os servos, principal mão-de-obra dos feudos, deviam varias obrigações ao senhor feudal, destacando-se:

A corvéia – prestação de trabalho gratuito durante vários dias da semana no manso senhorial;

A talha – entrega ao senhor de parte da produção obtida no manso servil;

A banalidade – pagamento de taxa pelo uso do forno, do lagar (onde se fazia o vinho) e do moinho, dentre outros equipamentos do feudo;

O censo – pagamento efetuado com parte da produção em dinheiro, ao qual estavam obrigados somente os vilões ou homens livres;

A capitação – imposto per capita (por cabeça), pago apenas pelos servos;

A mão-morta – taxa paga pelos familiares do servo para continuar explorando a terra após sua morte.

Essas e outras formas de pagamento eram compulsórias. Por meio delas, transferia-se para o senhor feudal a maior parte da produção.

Os camponeses tinham de viver com o pouco que sobrava. Moravam em casa de madeira, sem divisões internas, com telhado de palha e chão batido. Assim como os senhores, em sua maioria não sabiam ler nem escrever. Vestiam-se com roupas de lã, linho ou couro. Seu divertimento, geralmente, estava relacionado à fé cristã e aos festejos comemorativos por ocasião do plantio e da colheita.

O Rei

O rei cumpria, sobretudo, funções simbólicas. Era considerado o principal suserano. Também subordinado às obrigações do sistema de suserania e vassalagem, dependia do exército formado por seu vassalos e dos tributos recolhidos em seus próprios domínios feudais.

Ao ser reconhecido e legitimado pela Igreja, o poder do rei revestia-se de um caráter: ele era “rei pela graça de Deus”. Apesar disso, não tinha poderes para interferir nas terras de seus vassalos. Nelas, o senhor feudal era soberano, comandando o seu funcionamento e fazendo justiça segundo as tradições e o direito consuetudinário, isto é, o direito consagrado pelos costumes.

A Economia

Na Alta Idade Média ocorreu uma acentuada retração das atividades comerciais e artesanais. Em razão disso, houve um processo de ruralização da sociedade da Europa ocidental, com o predomínio da agricultura de subsistência.

Dentro dos feudos, a agricultura era praticada por meio de técnicas simples. Os principais instrumentos eram feitos de madeira, pois o ferro era de difícil aquisição. O arado, puxado por boi, era o equipamento principal. Para não esgotar o solo, usava-se um sistema de rotação trienal: a terra de cultivo era dividida em três partes e o plantio era feito de tal modo que sempre uma dessas partes permanecia em descanso.

O Conhecimento

Durante a Idade Média, as pessoas que sabiam ler e escrever em geral pertenciam ao clero. Os poucos livros que sobreviveram ao período das invasões germânicas eram conservados nas escassas bibliotecas pertencentes à Igreja. Nelas, os monges copistas encarregavam-se de reproduzir os livros à mão. Dessa forma, os integrantes da Igreja eram os únicos capazes de lidar com o saber escrito e, portanto, com o ensino formal.
A principal inovação medieval realizada pelos europeus no campo do ensino e do conhecimento foi a criação das universidades.

No final do século XI, a primeira instituição de ensino superior a aparecer foi a Escola de Direito de Bolonha, no norte da atual Itália. Outras instituições surgiram quase simultaneamente na penísula Itálica, na França e na Inglaterra. Até o final do século XIV, já havia mais de quarenta delas espalhadas por diversas regiões da Europa.

A disseminação desses estabelecimentos de ensino teve relação com o ressurgimento urbano e comercial que ocorreu na época. Com esse surgimento tornou-se necessário um número de letrados para gerir os negócios, tanto públicos como privados.

No século XIV passaram a ministrar também cursos de artes, de medicina, além de direito e de teologia.

A Arte

A arte medieval era também dominada pelos preceitos da religião. Na pintura e na escultura, os temas representados eram: Deus, os anjos, os santos e, de modo geral, as cenas que instruíssem os fiéis a respeito dos conhecimentos morais e espirituais da doutrina cristã.

Na arquitetura imperava a mesma concepção. As maiores construções medievais foram as igrejas. Nos primeiros tempos, imitavam-se os modelos romanos.

A partir do século XI, desenvolveu-se um estilo arquitetônico propriamente medieval, chamado românico. Os edifícios eram relativamente simples, embora de grandes proporções. Sua aparência sólida, com paredes grossas e poucas janelas, assemelhava-se à das fortalezas. Seus elementos característicos eram a coluna e o arco romano.

As Heresias

Aqueles que questionavam os dogmas (verdades reveladas) instituídos pela Igreja eram vistos como inimigos. Em outras palavras, os que interpretavam os ensinamentos cristãos de maneira diferente daquela que a Igreja pregava eram (e são) chamados de hereges (por professarem uma fé diferente da católica).

Com o intuito de manter a coesão da Igreja e da cristandade, reagindo aos levantes de seitas e grupos dissidentes, a Igreja voltou-se contra os hereges. Como forma de reprimi-los, criou-se o Tribunal do Santo Ofício, mais conhecido como tribunal da Inquisição. A primeira era o ato pelo qual impedia que o cristão recebesse os benefícios da salvação, concedidos por seu intermédio (os sacramentos). Oficializada pelo Papa em 1231, a Inquisição julgava os hereges e dissidentes. Aos que se recusavam a se retratar, punia de maneira implacável, condenando-os a penas variadas, por vezes a pena capital. É interessante notar que os tribunais eclesiásticos eram os mais justos dentre aqueles encontrados na Idade Média, trazendo consigo uma série de inovações que futuramente viriam a implementar os tribunais laicos que hoje conhecemos.

Europa Gótica


O Mundo Feudal em Transformação

A partir do século XII, começou a afirmar-se no norte da França um novo estilo, batizado posteriormente com o nome de gótico. Introduzindo uma nova técnica de construção - o arco gival -, o estilo gótico disseminou-se com a edificação de enormes catedrais, que passaram a simbolizar a riqueza das novas cidades.

Caracterizadas pelas torres altas e pontiagudas, pelas colunas graciosas e, claro, pelos arcos ogivais, as catedrais são construções elegantes, ornamentadas com muitas estátuas e com belos vitrais coloridos, representando cenas da vida de Cristo, da Virgem Maria e dos santos.

A sociedade feudal conheceu, entre os séculos XI e XIII, um período de grandes mudanças, assinalado pelo advento da arte gótica, da Escolástica e das universidades.

Durante esse período, que compreende os primeiros séculos da Baixa Idade Média, houve um aumento populacional proporcionado pela diminuição das invasões e das epidemias que assolaram a Europa durante os primeiros séculos do feudalismo. Esses acontecimentos, associados às características do próprio sistema feudal, como descentralização do poder e isolamento dos feudos, minaram algumas estruturas peculiares a esse sistema.

Para a composição do novo quadro, foram decisivas as Cruzadas, expedições de caráter religioso e militar surgidas no final do século XI. Elas contribuíram para acentuar as mudanças na estrutura do feudalismo na Baixa Idade Média.

Em decorrência das Cruzadas, algumas cidades começaram a surgir, outras renasceram e os vínculos servos e senhores feudais sofreram drásticas alterações. As profundas transformações que se verificaram tiveram como conseqüência a modificação das organizações internas dos feudos, bem como das relações entre eles e os reis.

A população européia era de aproximadamente 18 milhões de pessoas no ano 800. Em trezentos anos, até o ano 1100, esse número aumentou em cerca de 8 milhões de habitantes, saltando a população total para quase 26 milhões. Em 1200, foi atingida a marca de 34 milhões de habitantes. Isso quer dizer que em apenas quatrocentos anos a população da Europa praticamente dobrou.

A diminuição das invasões a partir do século X gerou um clima de estabilidade social sem precedentes no mundo feudal. O isolamento entre os feudos permitiu que o número de mortes por epidemia diminuísse consideravelmente. Sem disputas contra invasores e momentaneamente livres das epidemias, o número de nascimentos começou a superar o de mortes, ocasionando o aumento populacional.

Com esse crescimento, iniciou-se um processo de exploração agrícola das terras de florestas e de pântanos. A ocupação de novas áreas e a introdução de algumas inovações nas técnicas de cultivo permitiram aumentar a produção agrícola. Entretanto, isso não foi suficiente para alimentar a população crescente dos feudos.

Os senhores feudais começaram então a expulsar o excedente populacional. Banidos dos feudos geralmente sob a alegação de terem quebrado alguma regra, muitos servos viram-se obrigados a mendigar ou a saquear nas estradas.

Enquanto isso ocorria com a população mais pobre, os filhos de senhores feudais viram-se na contingência de abandonar a propriedade paterna. Para garantir a supremacia dos feudos e não dividir suas posses, os senhores feudais fizeram do seu filho primogênito o seu único herdeiro. Assim, os outros filhos eram praticamente expulsos das terras, tendo de encontrar novos meios para sobreviver.

A conseqüência desse quadro foi o aparecimento de inúmeros grupos de bandoleiros nas estradas, que viviam de raptar algum senhor feudal poderoso para exigir o pagamento de resgate.

Essas circunstâncias acentuavam o clima de disputa entre os nobres cavaleiros. Durante esse período, efetuavam-se também combates e torneios que transformavam os campos em verdadeiras arenas. Foi necessária a intervenção da Igreja, instituindo dias para os torneios, como forma de regulamentá-los e evitar que a produção agrícola fosse prejudicada. Esse ambiente, dominado pelo espírito guerreiro, favoreceu o movimento das Cruzadas, promovido pela Igreja.

As Cruzadas

No século XI, grande parte dos domínios árabes, incluindo a Terra Santa – que englobava Jerusalém e outros lugares onde Jesus viveu e pregou sua doutrina -, caiu em poder dos turcos seljúcidas, um povo vindo do Oriente, que se convertera ao Islã. Diferentemente dos árabes, que nunca haviam se oposto às peregrinações dos cristãos à Terra Santa, os turcos as proibiram.

Diante disso, o papa Urbano II, falando aos nobres reunidos em Clermont, na França, em 1095, fez-lhe um apelo pela libertação da Terra Santa. Por trás da exortação estava o interesse da Igreja em aumentar seu prestígio e expandir seu domínio sobre os territórios controlados pelos muçulmanos.

A adesão dos nobres ao apelo do papa foi quase imediata. Para eles, as expedições à Terra Santa foram vistas como uma forma de conquistar terras, prestígio e riquezas no Oriente. Afinal, muitos estavam empobrecidos por causa do direito de primogenitura.

Assim, no ano seguinte, tiveram início as Cruzadas. Costurando cruzes vermelhas sobre suas roupas, nobres, camponeses, pobres, mendigos e até mesmo crianças partiram da Europa em grandes expedições militares com objetivo de conquistar a Terra Santa, tomando-a dos muçulmanos.

A primeira Cruzada conseguiu conquistar Jerusalém após três anos de lutas. A vitória permitiu a criação de alguns Estados cristãos na Palestina, nos quais as terras foram distribuídas como na Europa feudal. Pouco tempo depois, entretanto a Terra Santa foi novamente tomada pelos muçulmanos.

Fizeram-se outras sete Cruzadas, a última das quais em 1270. Todas fracassaram. Apesar disso, como conseqüência delas, o Mediterrâneo foi reaberto à navegação européia e os contatos culturais e comerciais entre o Ocidente e o Oriente foram restabelecidos.


As Cruzadas contribuíram ainda para aumentar a circulação de pessoas e de riquezas na Europa. Por meio delas, o comércio se fortaleceu e acabou estimulando o povoamento das cidades.

O Comércio

A partir das Cruzadas, a mudança mais visível na Europa ocidental ficou conhecida pelo nome de renascimento comercial e urbano. Ele significou o desenvolvimento do comércio e das cidades, que tinham tido pouca importância durante os séculos anteriores.

O comércio, ainda incipiente, era praticado nas feiras que ser realizavam nas vilas ou perto dos castelos e outros lugares fortificados. Inicialmente periódicas, as feiras tornaram-se permanentes, propiciando o aparecimento de núcleos urbanos, os chamados burgos.

A partir dos burgos, desenvolveram-se novas cidades, ao mesmo tempo que ganharam vida as mais antigas, que não haviam desaparecido por completo.

As cidades atraíam cada vez mais artesãos, que nelas se fixavam parar viver de seu ofício. Atraíam também servos camponeses que as buscavam para tentar vender seus excedentes agrícolas ou para viver como trabalhadores livres. Atraíam, ainda, comerciantes de sal, de ferro e de inúmeras outras mercadorias, provenientes de regiões distantes.

As atividades comerciais restabeleceram o uso regular da moeda. Logo, diferentes moedas circulavam nas feiras e nos núcleos urbanos, provenientes de vários feudos e regiões da Europa. Essa variedade criou a necessidade do câmbio, isto é, da troca de moedas. Os que se dedicavam a ele eram chamados de cambistas.

Por meio da cobrança de algumas taxas estes cambistas realizavam atividades típicas dos bancos atuais, como empréstimos, câmbio, emissão de títulos e pagamento de dívidas.

A partir do século XI, foram introduzidas muitas novidades na organização a sociedade feudal. Surgiram diferentes grupos sociais, tais como a burguesia e os trabalhadores assalariados.

Criaram-se novas formas de enriquecimento,por meio do crescimento das atividades bancárias e do comércio de mercadorias. Ganhou importância o comércio em grande escala e a produção para o mercado.

Essas novidades indicavam o aparecimento de um novo sistema econômico: o capitalismo. Aos poucos, o sistema capitalista acabaria por substituir inteiramente o feudalismo, tornando-se dominante no séculos seguintes.

A Crise do século XIV

A dissolução do feudalismo foi apressada no final da Idade Média por uma sucessão de acontecimentos que geraram a chamada crise do século XIV.

A produção de alimentos sempre foi deficiente no sistema feudal, de modo que a fome era uma ameaça constante. Entre 1315 e 1317, a situação se agravou e provocou surtos de fome em vários lugares da Europa.

A falta de estrutura das cidades, para suportar o aumento populacional, associada ao problema da fome acabou desencadeando uma série de epidemias. A pior de todas foi a chamada "peste negra", que assolou a Europa entre 1348 e 1350 e matou cerca de um terço de toda a população.

Inúmeras guerras também contribuíram parar aumentar a mortalidade e tornar a situação na Europa ainda mais difícil. A maior delas foi, sem dúvida, a Guerra dos Cem Anos (1337-1453), travada entre as monarquias feudais da Inglaterra e da França.

Sob a ação dos três flagelos do século XIV – a fome, a peste e a guerra – a população diminuía e a mão-de-obra se tornava cada vez mais escassa. Isso levou os senhores feudais a aumentar a exploração sobre os camponeses. Em conseqüência, houve inúmeras revoltas, nas quais os camponeses rebelados queimavam propriedades e assassinavam senhores feudais. Em algumas cidades, também se verificaram desordens e motins.

A crise apontava também para uma transformação na estrutura de poder descentralizada, que não conseguia gerar resposta para os problemas que surgiam. Os governos centralizados começaram então a ganhar força, pois conseguiam arbitrar os conflitos inevitáveis em uma sociedade que ganhava complexidade.

Foi nesse contexto que se deu o fortalecimento do poder dos reis e a conseqüente formação do estado moderno.

Desse modo, pode-se dizer que as transformações da Baixa Idade Média – desenvolvimento do comércio e das cidades, uso da moeda, aparecimento da burguesia, fortalecimento do poder central nas mãos do rei – condenaram o feudalismo à dissolução. A essas mudanças podemos acrescentar o Renascimento na península Itálica, no século XIV, e as Grandes Navegações, no século XV, todas apontando para o advento dos chamados tempos modernos.


Vestuário

Durante muito tempo as roupas foram confeccionadas dentro de casa, mas com o crescimento das cidades e da população surgiram os tecelões, alfaiates, remendões e outros artesãos responsáveis pela confecção das roupas. Durante a Idade Média o vestuário passou por grandes transformações sendo a principal delas o ajuste e modelagem das peças. Os alfaiates passaram a cortar, ajustar e decorar as roupas que fabricavam de forma cada vez mais elaborados. O vestuário medieval evoluiu das túnicas merovíngias (de comprimento até a altura dos joelhos, bordadas nas pontas e amarradas por cintos) até as ricas vestimentas da época carolíngia, cm enfeites de brocado.

Vestuário Masculino

O vestuário da classe baixa era simples e sem muitas modificações durante todo o período. Eles usavam calções largos( greguesos ), túnicas até os joelhos e sem botões( saios), capas com capuz e coberturas nas pernas ajustadas com tiras de couro . Os homens pertencentes a classe alta no século XI usavam túnicas longas, não muito decotadas e com mangas largas( gloneles), xales ou mantos que protegiam as costas. Todas as peças sempre adornadas nos barrados. Calçavam botas (Bozerguins) , sapatos fechados bicudos e polainas (nome dado as meias na época).
No século XII os homens passaram a usar por baixo das túnicas calções soltos e nas pernas várias coberturas (pelotes) forrados de pele de animais ou seda.
As mangas tornam-se ajustadas à partir do século XIII e por baixo das túnicas a roupa íntima, que era presa por alfinetes, passa a ser mais comum e recebe o nome de brial. Os sapatos continuam pontiagudo. O cabelo masculino era geralmente encaracolado cobrindo as orelhas.
Já no século XIV os homens começaram a utilizar camisas que cobriam desde o ombro até à cintura e brial agora mais comprido e justo. Os cabelos voltaram a ser aparados e curtos e os homens utilizavam frequentemente barba e Capirotes (barrete ou gorro em forma de crista). O sapato era feito de pele de bode ou cabra. As roupas das classes dominantes ganharam muitos enfeites e acessórios, como botões e cintos ornamentados com pedrarias.

Vestuário Feminino

As mulheres no século XI passaram a usar os longos vestidos mais acinturados. A sobreposição dos vestidos era comum, usando-se um vestido longo bem ajustado ao corpo por baixo, com mangas de modelagem seca e por cima outro vestido que poderia ser um pouco mais curto com mangas longas e caídas. O barrado bordado também era muito utilizado nos vestidos femininos. Os cabelos eram longos, usados quase sempre divididos ou meio e trançados. Algumas mulheres escondiam totalmente o cabelo usando um gorro com prolongamento até o pescoço, como é comum vermos até hoje sendo usado por algumas freiras.
No século XII A sobreposição pode aparecer também por um vestido “ tipo avental” com decote quadrado ou sobreveste copiada dos trajes dos soldados das cruzadas. As mantas e os véus são usados com frequencia sobre a cabeça enfeitadas pérolas ou colares.
O vestuário feminino não sofre grandes modificações durante o século XIII. As mulheres vestiam túnicas largas em lã, com mangas curtas, largas até ao cotovelo e que iam estreitando até às mãos. Já os cabelos começam a ser penteados com duas tranças nas laterais da cabeça, enroladas como caracóis e cobertas por uma rede.
Já no século XIV era hábito das mulheres colocar uma armação de arame com formatos de coração, borboleta.... sob uma peça de tecido tornando os chapéus extravagantes. Os cabelos eram penteados para trás, escondidos, e, se cresciam na testa, eram raspados para que o chapéu fosse a atração principal. Em 1500 começa-se a usar os capuzes enfeitados com jóias e bordados. As mulheres usavam chapéus cônicos e altos chamados hennins. Era um chapéu alto de 70 a 80 ou 90 cm rodeado por véus. Havia várias espécies de hennins e mais tarde tomaram a designação vulgar de crespinas.

23 julho 2009

ANTIGO EGITO


Localização

O Egito está localizado no nordeste da África, em uma região conhecida como crescente fértil.
Isso aconteceu graças ao rio Nilo. A fertilidade trazida pelo grande rio, possibilitou a fixação de povos nômades em um das regiões mais áridas da terra.
Durante as cheias, entre os meses de Junho e Outubro, as águas cobriam as margens desérticas do Nilo. Quando o rio voltava ao nível normal, uma grossa camada de húmus (Limo fertilizante) era deixada nas terras. Então os Feláis (camponeses) iniciavam as semeaduras favorecidas por um terreno fertilizado e rico.
O desenvolvimento da matemática, mostrou-se essencialmente para construções egípcias, diques e canais, celeiros e edifícios e templos e pirâmides.
Os Egípcios aperfeiçoaram também meios de calcular com antecedência o alcance das cheias no Nilo e criavam o relógio Solar Também desenvolveram-se um sistema de numeração decimal, dominavam também sistemas de pesos e medidas.

A Terra dos Deuses





A sociedade do Egito antigo atribuía a condição de deuses e deusas às forças da natureza ( Sol, o céu, a terra e o rio Nilo).
Algumas divindades eram cultuadas apenas numa região, outras veneradas por todo o Egito.
As crenças religiosas estavam na base de manifestações culturais como a arte, a medicina, a astronomia, entre outros.
Existiam dois tipos de religiões: a Politeísta ( adoração de vários deuses) e antropozoomórfica ( divindades representadas por seres híbridas, com uma parte humana e outra animal).

Os Principais Deuses do Antigo Egito:
Atum – Criador do Universo. Fonte suprema do poder faraônico, Atum usa as coroas combinadas do Alto e Baixo Egito.
Re – O Todo- Poderoso e invencível Deus- Sol.
Hórus – Deus do firmamento. É representado como um falcão e governa o ar. Seu olho direito é o sol e o esquerdo a lua.Foto- Este amuleto mostra o olho de Hórus protegido pela cobra real do Baixo Egito e pelo abutre do Alto Egito.
Nut- Deusa do céu. Seu principal papel era receber e proteger os mortos.
Geb – Irmão gêmeo de Nut era o Deus Terra, considerado um Deus da fertilidade, que nutria todas as criaturas.
Amon – Deus do vento. Criou o céu e a terra somente com o pensamento.
Hathor – Deusa protetora das mulheres, do parto e dos mortos. Em geral era representada pela forma de uma vaca.
Bastet – Deusa do prazer e da alegria, ,além de símbolo do amor sexual. A deusa- gata era acessível e meiga e adorava música e dança.
Bes – Protetor das residências por causa da sua feiúra. Acreditava-se que ele espantava os maus espíritos.
Ptah – Escultor do mundo. Depois de criar seu próprio corpo, criou todos os seres vivos.
Maat – Deusa da verdade e da justiça. Responsável pela manutenção da ordem da terra e do céu.
Thot – Deus do conhecimento e da sabedoria. Pode ser considerado o responsável pela invenção da escrita hieroglífica.
Ísis – Deusa da Magia. Era a personificação as esposa fiel e mãe adorável. Introduziu o casamento e ensinou as pessoas a fazer pão, fiar, tecer e curar as doenças.
Seth – Divindade do mal que representa as forças do caos. Personifica a fúria, a violência, o crime e a destruição.

Três Impérios

A história do Egito é dividida em três períodos: o antigo Império, o Médio Império e o Novo Império.

O antigo Império

Capital: Mênfis
Começou com a unificação dos dois reinos, empreendida pelo faraó Menês, estendeu-se até 2130 a.C.
Período característico por grandes obras de irrigação e pelo desenvolvimento da agricultura.
Arquitetura: As grandes pirâmides de Quéops, Quéfren no planalto de Gizé.
Nesse período o Estado era pacifista e mantinham-se praticamente isolado de outros povos.
A partir de 2200.a.C., as lutas entre os monarcas tornaram-se inevitável esfacelamento do Império.

O médio Império

Capital: Tebas
Começou no início em 2052. a.C., conseguindo restabelecer a unidade do Egito, em meios aos conflitos.
Foi um início de expansão territorial, e teve início das relações comerciais entre os Egípcios e outros povos ( fenícios, Sírios e Cretenses).
Por volta de 1630 a.C., o império sofreu uma brusca interrupção, quando o Egito foi conquistado pelos hicsos (povo nômade da Ásia),que tinha o conhecimento das armas de ferros e carros de guerra conduzido por cavalos desconhecidos pelos Egípcios.
Os conquistadores permaneceram por mais de um século no território.

O Novo Império

Período: 1539- 525 a.C.
Foi um processo de união dos Egípcios contra os Hicsos. Sob a liderança do Faraó Amósi I, a sociedade conseguiu expulsar os seus invasores.
Os Hebreus, juntos com outros povos que haviam se estabelecido no Egito, foram perseguidos e transformados em escravos.
Na política, o pacifismo deu lugar a uma política expansionista: exércitos egípcios anexaram a Núbia, a palestina a Etiópia, a Síria e a Fenícia.
Em 1075 a.C., iniciou-se um longo período de decadência, o Egito foi conquistado por outros povos.
No século VII a.C., o país foi ocupado pelos Assírios.
525 a.C.- persas
332 a.C.- quando era província persa, foi dominado por Alexandre da Macedônia. Passou a integrar o mundo helenístico, de cultura greco-asiática.
30.a.C- Egito foi anexado pelos Romanos.
Cleópatra foi a última Rainha da Dinastia ptolomaica que dominou o Egito após a Grécia ter invadido aquele país..

Divisão das Classes-Sociais



Com o tempo, a sociedade ficou mais diversificadas, abrangendo comerciantes, artesãos, construtores, soldados , embalsamadores, funcionários públicos, escribas, sacerdotes e pessoas de muitas outras profissões. A ocupação profissional dos indivíduos determinava sua posição na sociedade.

Faraó - Localizado no topo da pirâmide social.

Sacerdotes e Sacerdotisas - Responsáveis pela administração dos templos e escolas. Enriqueciam com as oferendas dos devotos e não pagavam impostos.

Vizir - Era o porta voz do faraó, controlava a arrecadação dos impostos, chefiava a polícia e fiscalizava as construções ao longo do rio Nilo.

Feláis ( camponeses) - Trabalhadores independentes que prestavam serviços nas propriedades agrícolas. Grande maioria da população.

Escravos - Trabalhavam nas minas de cobre e de ouro.
Os escravos não eram escravos, eles recebiam para trabalhar, quando o rio Nilo “invadia” a cidade, os escravos iam trabalhar como funcionário público, ajudavam a construir as pirâmides.
Eles não construíram as pirâmides a base de chicotadas. Quem construiu foram os camponeses, quando estavam em períodos de férias.
Como nesse período, ainda não existia a moeda, os pagamentos eram feitos como escambo, os trabalhadores davam a sua mão-de-obra em troca de, produtos de altos valores, como o ouro e o sal, desde os mais consumidos, pão e trigo.

Soldados - Serviam diretamente ao Faraó. Quando permanecia no emprego por muito tempo, eram recompensados com ouro, terra e altos cargos.

Embalsamadores - Responsável pelo processo de mumificação*. O embalsamador não pagava imposto, pois os sacerdotes acreditavam que eles tinham contato com Deus. O cargo era remunerado e o status social era alto.

Escribas - Escrivão profissional, era responsável pela cobrança dos impostos classificação dos valores de todas as propriedades, contagem do número de trabalhadores do reino, organização das leis, fiscalização das atividades econômicas entre outras funções importantes.

Artesão - Produziam armamentos, utensílios roupas e calçados.
As guerras servia de fonte de renda, pois produzia lanças, arcos e escudos.
as camadas privilegiadas, esses profissionais produziam jóias, esculturas, quadros e objetos destinados a enfeitas tumbas.

Comerciantes - Eram responsáveis pela troca de produtos com outras civilizações. Entre as trocas estão, madeira da Fenícia ( para as construções de sarcófagos), metais como cobre e estanho( importante para a construção de armas), vinhos da Núbia ( atual Sudão), e também eram trazidas da Grécia e de regiões do Oriente Médio, plantas cuja resina era usada na mumificação.

Métodos de fazer uma mumificação:

Classe alta
Primeiramente, extraem o cérebro pelas narinas, parte com ferro recurvo, parte por meio de drogas introduzidas na cabeça. Fazem, em seguida, uma incisão no flanco com pedra cortante da Etiópia e retiram, pela abertura, os intestinos, limpado-os cuidadosamente e banhando-os com vinho de palmeira de óleos aromáticos. O ventre, enchem- no com mirra pura moída, canela e várias essências, não fazem uso, porém do incenso. Feito isso, salgam o corpo e cobrem-no com natro, deixando-o assim durante setenta dias. Decorridos os setenta dias, lavam-no inteiramente com faixas de tela de algodão embebidas em commi, de que os Egípcios se servem ordinariamente como cola.
Concluído o trabalho, o corpo é entregue aos parentes, que os encerram numa urna de madeira feita, sob medida... Tal maneira mais luxuosa de embalsamar.

Classe média
Os que preferem um tipo médio de embalsamamento e querem evitar despesas, escolhem esta outra espécie, em que os profissionais procedem da seguinte maneira: enchem as seringas de um licor untuoso tirado do cedro e infectam-no no ventre do morto, sem fazer nenhuma incisão e sem retirar os intestinos. Introduzem-no igualmente pelo orifício posterior e arrolham-no, para impedir que o líquido saia. Em seguida, salgam o corpo fazem escorrer do ventre o licor injetado. Esse líquido é tão forte que dissolve as entranhas, arrastando-as consigo ao sair. O natro consome as carnes, e do corpo nada resta a não ser a pele e os ossos. Terminada a operação, entregam-no aos parentes, sem mais nada a fazer.

Classe pobre
Injeta-se no corpo o licor denominado surmaia, envolve-se o cadáver no natro durante setenta dias.

Mulher
As mulheres só são levadas para o embalsamamento decorrido três ou quatro dias após o seu falecimento. Toma-se essa preocupação pelo receio de que os embalsamadores venham violar o corpo.

Vestuário

O vestuário dos egípcios restringia-se a poucas peças, basicamente saia, blusa e túnica, com leve drapeado ou pregueado diagonal, em geral confeccionadas em tecidos brancos, leves e transparentes, de algodão
ou linho.
A roupa era um divisor das classes sociais. Para as classes mais altas, a roupa era muito mais luxuosa, enquanto as menos favorecidas, muita das vezes andavam nus. Os pastores e barqueiro geralmente usavam só uma faixa na cintura com tiras penduradas na frente. As bailarinas usavam vestidos transparentes. E as criadas andavam geralmente nuas ou com apenas uma tira de couro entre as pernas.

Os trajes típicos eram:
Chanti- saiotes de tecido pregueado (masculino). Era um tipo de saiote regulável. A roupa aumentava ou diminuía de acordo com a situação econômica da época na sociedade. Época de prosperidade o chanti aumentava, representando a economia em alto e na época de dificuldade o chanti reduzia de tamanho;
Kalasíri - Túnica longa ( masculina e feminina);
Clasire - Roupa colada no corpo da mulher;
Perizoma: saiote usado por cima do shanti;
Klaft: tecido listrado que o faraó utilizava na cabeça.



Linho

O fio de linho, cultivado nas margens do Nilo, costuma ser empregado para a fabricação de vestimentas em geral, além de peças de cama e bandagens de múmia.
Isso acontecia porque o linho era um dos principais produtos agrícolas do país. Da região do Delta vinham as melhores espécies da planta.

Teares

Nos primeiros tempos, os teares eram horizontais. No Médio Império, passaram a ser verticais. Essa mudança permitiu o fabrico de tecidos longos, empregados na confecção de roupa de uso diário, bastante amplas, as quais eram principalmente brancas.
As roupas egípcias, é claro, não eram todas brancas. Outras cores também eram utilizadas, apesar da dificuldade de tingir os tecidos. No caso do vermelho, por exemplo, a cor era obtida com tinta extraída da flor do açafrão.

Vestuário masculino

As roupas masculinas eram feitas basicamente por um saiote curto e uma ou várias pulseiras, um anel e um gorjal. Também usavam pingentes de jade ou de cornalina suspenso a um comprido cordão.
Esse vestuário deixava o egípcio apresentável para visitar suas terras, receber negociantes ou se dirigir para qualquer repartição. Mas ele tinha a alternativa de substituir o pequeno saio por uma saia tufada e calçar sandálias.
Alguns egípcios usavam um vestido de linho plissado, bem decotado, modelando o tronco e de estreita roda. As mangas, também muito curtas, estreitavam igualmente. Eles atavam sobre o vestido um cinturão largo, feito de um lenço plissado do mesmo tecido e dispunha-se o panejamento de modo a formar uma espécie de avental triangular. O traje de gala era complementado com o uso de uma grande peruca frisada que enquadrava a cabeça. Como adereço, recorriam as jóias, colares, um gorjal, peitorais de cadeias duplas, pulseiras, braceletes nos bíceps, sandálias calçadas.
Os faraós, além do saio curto, cobriam todo o corpo com uma capa de pele de leopardo curtida, que incluía as quatro patas e a cauda do animal.
As garras do felino eram usadas como presilhas. No Império Novo, os egípcios passaram a usar sobre o saio curto um outro vestido, mais comprido, quase até o tornozelo, de linho fino bem transparente.


Vestuário Feminino

As mulheres egípcias usavam uma camisa muito fina e, sobre a mesma, um vestido branco, plissado e transparente como o dos homens. O vestido unia-se sobre o seio esquerdo, descobria o seio direito, abria abaixo da cintura e descia até os pés(calasires). As mangas dos vestidos eram enfeitadas com franjas e os antebraços ficavam descobertos. Os pulsos femininos exibiam pulseiras que podiam ser rígidas, ou formadas por duas placas de ouro trabalhado unidas por duas charneiras. Também usavam anéis.
A peruca era objeto de uso obrigatório comum traje de cerimônia. Além da cabeça, cobria as costas e as espáduas. Na cabeça, usavam um diadema de turquesa.
Sobre a cabeleira era equilibrado um cone. Não se sabe qual era a sua composição, mas supõe-se que consistia numa pomada perfumada. Esse cone, de resto, não era usado apenas pelas mulheres. Os homens portavam cones semelhantes em algumas ocasiões.
Crianças

As crianças andavam normalmente nuas, em função do calor.



Sandálias

As sandálias, por outro lado, não erma usadas propriamente para o ir e vir, mas apenas nos momentos convenientes. O homem do povo levava suas sandálias na mão ou penduradas em um cajado, e só se calçavam quando chagava ao seu destino.
Até o faraó, às vezes, andava descalço e um dos seus criados de sua escolta carregava-lhe as sandálias. Tais calçados eram feitos de papiro transado, de couro ou até mesmo com solado e correias de ouro.
Os calçados egípcios eram assim formados: da ponta da sola partia uma correia que passava entre o primeiro e o segundo dedo do pé e se reunia no peito do pé a outras correias que formavam uma espécie de nó, e apertavam no calcanhar.


Perucas

O Egito por ter um clima quente, os índices de surtos de piolhos eram grandes. Para se prevenir, os egípcios de classe alta raspavam os cabelos ( homens e mulheres). Com a ajuda dos artesãos ou barbeiros os egípcios utilizavam Cláftes (arranjo de panos na cabeça) ou perucas ( feitas de crina de cavalo, trançados de cabelo natural ou finas fibras vegetais).Sua utilização se estendia tanto a homens quanto a mulheres

Cosméticos

O luxo dos egípcios passava ainda pelo consumo regular e bem popular dos cosméticos. A aplicação de óleos aromáticos, por exemplo, era muito comum.
As substâncias que compunham o arsenal cosmético eram guardadas em frascos de alabastro (12 cm de altura). Um pequeno pote de alabastro, com seis centímetros de altura, continha pintura para olhos, chamada khol.
A khol tinha cor preta ou azul- escuro. Para fazê-la, recorria-se a compostos minerais. Essa pintura era largamente utilizada, tanto por homens quanto por mulheres.
Cremes hidratantes eram necessários para manter a pele em bom estado no clima quente e seco do Egito. Sabemos que usavam também pintura para os lábios e bochechas.
Conta-se que a tradição de pintar os lábios para realçá-los e que levaria à invenção do conhecido batom, teria surgido no Egito.
Segundo a tradição oral, as mulheres pintavam a boca com a mesma cor dos seus lábios vaginais. Ao fazê-lo, queriam sinalizar que estavam disponíveis para o sexo.